O que é doença autoimune?

Descubra o que é doença autoimune, seus principais tipos, causas, sintomas e tratamentos. Entenda como ela afeta o corpo e como é possível viver bem com o diagnóstico.

DOENÇA

Escolha Mast

5/2/20255 min ler

O que é doença autoimune?

Doença autoimune é o nome dado a um grupo de condições em que o sistema imunológico, que normalmente protege o corpo contra vírus, bactérias e outras ameaças, passa a atacar as células e tecidos saudáveis do próprio organismo. É como se o “exército de defesa” do corpo se confundisse e começasse a agir contra quem deveria proteger.

Essas doenças podem afetar diferentes partes do corpo, como pele, articulações, glândulas, intestinos e até órgãos vitais como coração e pulmões. Estima-se que mais de 50 milhões de pessoas convivem com doenças autoimunes só nos Estados Unidos, segundo a American Autoimmune Related Diseases Association (Published Autoimmune Research - Autoimmune Association). No Brasil, esse número também é expressivo, embora os dados ainda sejam subestimados devido ao difícil diagnóstico.

Principais doenças autoimunes

Existem mais de 80 tipos de doenças autoimunes já identificadas pela medicina, e cada uma se manifesta de uma forma diferente. Algumas são mais comuns e amplamente conhecidas.

Uma das mais conhecidas é o lúpus, que pode afetar a pele, articulações, rins e outros órgãos. Ele costuma causar fadiga intensa, dor nas articulações e manchas na pele. Outra doença bastante comum é a artrite reumatoide, que provoca inflamações dolorosas nas articulações e, com o tempo, pode levar à deformidade.

A esclerose múltipla é uma condição que afeta o sistema nervoso central, impactando movimentos, visão e coordenação motora. Já o diabetes tipo 1, também autoimune, ocorre quando o sistema imune destrói as células do pâncreas responsáveis por produzir insulina.

Causas das doenças autoimunes

As causas exatas das doenças autoimunes ainda não são totalmente compreendidas pela ciência. No entanto, sabe-se que fatores genéticos, ambientais e hormonais estão envolvidos. Pessoas com histórico familiar de doenças autoimunes têm mais chances de desenvolver alguma condição.

Além disso, agentes externos como infecções virais, exposição a substâncias químicas, estresse intenso e até alimentação inadequada podem funcionar como gatilhos. O desequilíbrio na microbiota intestinal — que são as bactérias “boas” do intestino — também tem sido estudado como fator relevante, especialmente nas doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn.

Curiosamente, as doenças autoimunes afetam mais as mulheres do que os homens. Cerca de 80% das pessoas com essas condições são do sexo feminino, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os hormônios femininos e o sistema imunológico mais ativo em mulheres podem estar relacionados a essa maior incidência.

Sintomas das doenças autoimunes

Os sintomas variam bastante conforme a doença e o órgão afetado. No entanto, há sinais comuns que podem levantar suspeitas e levar à busca por diagnóstico.

O cansaço constante, mesmo após uma boa noite de sono, é um dos sintomas mais frequentes. Outro sinal típico é a dor nas articulações, que aparece sem razão aparente e pode ser acompanhada de inchaço. A febre baixa persistente também é um indicativo de que algo está errado com o sistema imune.

Além disso, podem surgir alterações na pele, como manchas, erupções, bolhas ou perda de pigmentação. Sintomas gastrointestinais, como diarreia frequente, dores abdominais e perda de peso involuntária, também são comuns em algumas doenças autoimunes.

É importante lembrar que os sintomas podem surgir e desaparecer, ou seja, há períodos de crise e outros de remissão. Isso pode dificultar o diagnóstico, que normalmente exige exames de sangue, testes de anticorpos e avaliação clínica detalhada com um especialista.

Como é o tratamento das doenças autoimunes

Embora a maioria das doenças autoimunes ainda não tenha cura definitiva, elas podem ser tratadas de maneira eficaz. O objetivo principal do tratamento é controlar a atividade do sistema imunológico e aliviar os sintomas.

Os medicamentos mais utilizados são os imunossupressores, que diminuem a resposta do sistema imune, e os anti-inflamatórios, que ajudam a controlar a dor e o inchaço. Em alguns casos, são usados também biológicos, que são medicamentos modernos com ação mais específica no sistema imune, reduzindo efeitos colaterais.

Além disso, o tratamento pode incluir fisioterapia, mudanças na alimentação e acompanhamento psicológico. A alimentação anti-inflamatória, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e fontes de ômega-3, tem mostrado resultados positivos em vários estudos.

Manter um estilo de vida saudável, com sono de qualidade, prática regular de exercícios físicos e controle do estresse, também contribui para uma vida mais equilibrada e com menos crises. Vale lembrar que cada caso é único e o tratamento deve ser individualizado, com orientação médica.

Doenças autoimunes de pele

As doenças autoimunes de pele merecem destaque por serem visíveis e muitas vezes impactarem a autoestima da pessoa. As mais conhecidas são:

  • Psoríase: provoca lesões vermelhas com escamas prateadas, geralmente nos cotovelos, joelhos, couro cabeludo e costas.

  • Vitiligo: causa a perda da coloração da pele em áreas específicas, como rosto, mãos e pés.

  • Lúpus cutâneo: forma de lúpus que afeta principalmente a pele, com lesões que podem se agravar com a exposição solar.

  • Pênfigo: gera bolhas na pele e mucosas que se rompem facilmente, causando dor e risco de infecção.

Apesar de não terem cura, essas doenças podem ser controladas com tratamentos adequados, como cremes tópicos, fototerapia e medicamentos orais ou injetáveis.

É fundamental que o diagnóstico seja feito o quanto antes, pois quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores as chances de evitar complicações e manter a qualidade de vida.

Uma mensagem de esperança: você não está só

Se você convive com alguma doença autoimune ou suspeita que algo não vai bem com sua saúde, lembre-se: você não está sozinho(a). Muitas pessoas enfrentam os mesmos desafios e seguem em frente com coragem e determinação. A medicina está em constante evolução, trazendo novas possibilidades de tratamento e esperança de uma vida cada vez melhor.

Mesmo diante das dificuldades, nunca se esqueça de que você é forte, único(a) e merece ser feliz. Enfrentar uma condição de saúde não define quem você é. Sua coragem, sua alegria e sua capacidade de superar são maiores que qualquer diagnóstico.

Viva cada dia com leveza, celebre as pequenas vitórias e não tenha medo de pedir ajuda. Seu bem-estar emocional também é parte fundamental do seu tratamento.

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